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terça-feira, 11 de março de 2008

Oculto

O pássaro não precisa que o fotografem em vôo para saber que voa. O sol não precisa aparecer sempre para que saibamos que ele está lá. Ninguém vê a formação do orvalho, mas toda manhã ele cobre as plantas e as deixa encantadoramente refrescadas. A lua não precisa aparecer para incitar o poeta a escrever seus belos versos. A pessoa amada não precisa ouvir sempre "eu te amo" para saber que alguém se preocupa com ela e quem ama transmite toda a força e sinceridade de seu sentimento em tudo o que faz, desde os atos mais simples até uma declaração mais fervorosa. O amor é recíproco, tenham certeza. Talvez não na mesma intensidade, talvez não na mesma linguagem. Mas ele está lá, marcando seu território e impedindo que sentimentos vis se apoderem da mente, do corpo e do espírito. Mesmo que os olhos não o vejam, o coração sentirá sempre e a mente não deixará que se apague. E assim, como o orvalho, toda manhã (ou qualquer outro período, conforme cada pessoa), ele se formará e se renovará, com a simplicidade de uma gota d’água, mas com a força de um desabrochar da flor, revelando a pureza e a beleza de quem o detém. É a paz que se sente ao sentar numa montanha e olhar o céu. Sentir-se pequeno frente ao céu alaranjado ao pôr-do-sol. E o espetáculo de um belo raiar do dia. Tudo isso misturado em nosso corpo, mera armadura forjada no ápice desse sentimento, preparando-se para irradiar a todos, como uma explosão da super nova, como o oxigênio que abraça carinhosamente o planeta e protege a diversidade de seu interior.

Abraços.

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