
Chegou ao topo da escada quase sem fôlego, olhou pelo corredor obscuro e localizou a porta que queria. Entrou e demorou alguns nano-luz de tempo lá dentro. Quando a porta abriu, Mig saiu imponente em seu traje negro e cinza. Agora sim ele estava preparado para enfrentar os perigos do caminho até sua nave, onde estaria a salvo de qualquer inimigo, ativando o escudo de camuflagem. E o obstáculo estava ali mesmo, muito perto de impedir a concretização de sua missão. Mig ativou um botão em seu traje e desceu a escada sem pisar na escada, flutuando a 5 microfeet do chão. Deslizou pelo corredor até o salão central. Já podia ver seu transporte mais a leste. Mas o curioso é que ela não estava no salão. Estava fácil demais. Olhou para um lado, olhou para o outro. Nada, absolutamente nada! Onde ela teria ido? Será que o havia seguido? Não, seu treinamento com os dark angels o havia munido de instintos que detectariam a presença dela. Como não tinha tempo para esperar, começou a se encaminhar para sua nave. Mas a pressa não o deixou perceber um vulto escondido em uma entrada no final do corredor. Quando Mig passou, ela veio por trás dele. Seus instintos o fizeram pular e ele gelou. Não era possível, como tinha sido tão descuidado. Olhou de canto de olho para aquela criatura e saiu correndo. Ela tentava se comunicar, mas o dialeto era ininteligível. Ele tinha que conseguir, faltava pouco para chegar à sua nave e ficar seguro. Jogou-se no chão, saiu rolando e estava quase, quando ouviu um grito, algo quase assombroso que quase o paralisou, mas agora sabia que conseguiria, sua missão estava salva.
- Migueeeeelll, cuidado menino, vai se machucar!
Mas Carlota sabia que seu filho não a escutaria. Não naquela hora em que ele era o comandante Mig, pilotando sua nave, digo caixa de papelão, e explorando os locais mais longínquos das galáxias. Quando Carlota chegou com a TV 29”, Miguel ficou entusiasmado, não só pela TV novinha, mas principalmente pela caixa, pois foi só o seu pai tirar a TV que ele se jogou dentro da embalagem, vestiu-se com algumas coisas, improvisou um chapéu e começou sua viagem.
Manoel Gonçalves
* Esse miniconto foi feito inspirado no rosto traquina do Gábi, filho de nossa amiga Simone, a qual tem em seu MSN uma foto dele dentro de uma caixa de papelão. Miniconto que fiz e publiquei no blog do Desabafo de Mãe.
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