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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Post da Blogagem Coletiva

(In)Dignidade

Não vivi na época da ditadura e repressão, onde não se tinha a liberdade para poder pensar e dizer certas coisas. E, apesar de tudo, passava-se a idéia do “milagre brasileiro”, que éramos um país promissor, emergente. Que temos potencial e as coisas podem melhorar, não há dúvida alguma. Mas fica cada vez mais difícil, principalmente se nos atentarmos para o noticiário. Só tem desgraça e violência, seja moral, física ou social. Faço esse post aderindo ao Blog Coletivo, iniciado pela Poliane, do Rumorejo.

“Brasil: o país do futuro”. Essa foi uma mentira tão bem contada que todo brasileiro passou a acreditar que era verdade. Como disse acima, não que seja impossível de sermos, pois o Brasil tem potencial para se destacar em inúmeras áreas e tem tantos talentos que merecíamos mais consideração realmente. Porém, se o quisermos ser de fato, temos de ser primeiro um País digno de se viver, e de representá-lo em qualquer canto do mundo, no presente. Assim como a estória do menino e o lobo, corremos o risco de os brasileiros não mais acreditarem que existe um futuro para o País. Não pelo desânimo, mas pelo ceticismo, pela falta de verdade e integridade de quem incutiu esse ideal em nossa mente (e das autoridades que detêm o poder para fazer algo de verdade). Não pelo ócio e falta de vontade da população, mas pelo oportunismo vigente em cada ambiente, pelo pensamento “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Uma criança tem em seus pais e outras pessoas mais próximas a fonte de inspiração e referência para aprender e se desenvolver. Não se pode lhe dizer o que ser e fazer sem que ela veja e vivencie os exemplos em casa. Ela simplesmente vai crescer duvidando da veracidade do que lhe estão apresentado e não aprenderá valor algum, tornando-se candidata a atitudes errôneas e impensadas.

Da mesma forma, seu futuro profissional depende de muito preparo, se quiser ter êxito. Não nascemos arquitetos, nutricionistas, jornalistas, publicitários, professores etc e outras tantas profissões igualmente dignas. Tudo depende dos passos que damos. Antes de correr, aprende-se a andar. Sem essa premissa o tombo e o machucado são inevitáveis. E a recuperação demorada.
Não se constrói um País do futuro sem estruturá-lo para tal. E não há como fazer isso sem que tenha seriedade nos projetos, leis e ações. É preciso respeito. Com a população, com o País, com o futuro da nação e com as riquezas (materiais e intelectuais).


Fazendo eco às vozes dos blogueiros e tantos outros movimentos existentes, exijo RESPEITO e que ele seja plenamente aplicado no dia-a-dia. Não só por quem movimenta os bilhões do orçamento e pode ajudar a alavancar ou afundar o Brasil, mas também em atitudes básicas, como no “bom dia” sincero, no sair de casa para trabalhar, na condução lotada, no trânsito caótico, nas repartições públicas, no trato entre patrões e empregados, nas instâncias governamentais dos municípios, estados e federação. Somente com a aplicação dessa regrinha básica, mais uma boa dose de simpatia e educação, teremos uma base sólida de valores e amor, e poderemos nos orgulhar não somente do País em que moramos, mas das pessoas que nos cercam, do que pensamos e fazemos para evoluir, aprendendo a viver na coletividade e não apenas olhar para o próprio umbigo.

Parodiando uma frase que ouvi em algum lugar, um graveto pode ser quebrado facilmente, mas um feixe deles não. Nós, que nos julgamos tão humanos e racionais, poderíamos aprender a viver em comunidade com os tantos exemplos presentes na natureza, com os animais que chamamos de irracionais ou com os índios, os quais são ditos não civilizados.