Do que é feito o herói? Como é que ele surge? Não, espere aí, não é brincadeira não! Todos já se imaginaram com super-poderes, voando por aí ou sumindo em um lugar e aparecendo em outro, com aquelas roupas esquisitas (cueca sobre a calça! Vê se pode! hehehe). Quem nunca ficou viajando em seus pensamentos, pensando ser o capitão alguma coisa ou o super sei lá o quê? O homem mais forte do mundo ou a mulher que pode tudo? Ah, bons tempos em que a ilusão povoava boa parte dos pensamentos! Pureza e ingenuidade aflorando, sem que ninguém o achasse um tolo, compromisso apenas com a diversão. Éramos todos heróis, sem maldades na cabeça, e protetores dos oprimidos, da honra e dignidade, e do planeta.
O meu saudosismo não é vontade de voltar ao passado e esquecer todas as coisas boas que aconteceram. E os aprendizados adquiridos com os erros e acertos. Todas as coisas valeram e valem a pena. A saudade é do sentimento bom que pairava no ar, de poder sair às ruas e brincar à vontade, sem se preocupar com a hora e os vícios da "modernidade". Altas horas da noite, madrugada adentro, e o que se via era um grupo de amigos conversando e exercitando a criatividade com brincadeiras e estórias.
Cresceu o menino, as pessoas mudaram (de casa e de estado de espírito), as ruas ficaram sombrias, o ingênuo foi jogado pro canto da sala e é vítima de chacota. As rodas que se vêem nas ruas nem sempre são para coisas boas. E as brincadeiras, vez em quando, são de extremo mau-gosto. Claro que o mundo não ficou totalmente cinza. Felizmente, o arco-íris sempre surge em meio às tempestades e reluz suas belas cores, enfeitando o que se esconde na penumbra.
Hoje, até os heróis mudaram. Ninguém ostenta mais sua capa feita de toalha de banho ou lençol. Ninguém solta seus raios imaginários ou seus golpes fatais que dizimavam o mal. E, para o bem geral da nação, não se pensa em roupa de cuecão (quer dizer, só o cara que criou o esquisito do comercial, hehehehe). O heróis dos tempos atuais colocam outros tipos de fantasia, outras roupas especiais (sociais com gravatas, esportivas, uniformes, salvadores de vidas etc). Frágeis ou resistentes, famintos ou não, com olhos irritados de sono, apertado na condução ou preso no trânsito, eles (herói ou heroína), lutam contra os monstros internos e externos e combatem o mau-humor, as contas no final do mês, o trabalho empilhado na mesa, a responsabilidade de ter uma família e criar filhos, a missão de ensinar coisas boas e dar bons exemplos. E, principalmente, apesar de tudo, os novos combatentes continuam a ser imbatíveis, pois a jornada vai até tarde e no dia seguinte eles estão prontos, dispostos a começar tudo de novo.
Do passado, ficaram as boas lembranças, os valores assimilados e o brilho nos olhos, que ainda reluzem quando encontram outros olhos amigos ou quando a mente lembra que a criança de outrora sempre estará de prontidão, dando forças e revitalizando a alma do incansável herói.
Abraços.
Obs.: Não sei se todo dia, mas vez ou outra, você poderá encontrar aqui algum texto sobre as boas coisas da vida, cultura, poesia, indicações ou algum protesto que reflita minha indignação com as mazelas da sociedade.
Constantemente recebemos inúmeras informações. Todas interferem em nossa maneira de ver o mundo. E quando a janela abre uma fresta, a luz irradia, transborda e com ela, vão as palavras, os sentimentos, a visão do mundo, emoções, alegrias, tristezas, os risos e os bichos que estão presentes em cada um.
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sábado, 14 de julho de 2007
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