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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Educar é participar

Semana passada participei de um Fórum de Educação na escola que minha filha estuda. Uma iniciativa muito boa da escola, que reuniu na abertura entidades das mais variadas vertentes da área. Teve início na sexta com esse debate e depois uma palestra sobre os sistemas de avaliação das escolas. O Fórum continuou no sábado com diversos temas, divididos nas salas por assuntos.

Não vou entrar em detalhes aqui, mas o mais importante para relatar é a iniciativa em si. Um evento como esse movimenta o corpo docente, os alunos, demais funcionários, pais e mães, estudiosos da área e, principalmente, a comunidade. A comunidade é quem dá sentido à existência das instituições de ensino e também é a que é fortemente influenciada por elas. Então, nada mais coerente que unir essas forças, levar a comunidade para as salas de aula (não só para estudar, mas para debater sobre as práticas de ensino) e levar os ensinamentos da escola para a melhoria dos cidadãos e evolução da região. É uma sinergia que merece ser reconhecida e alardeada a todos os lados, para que outras ações dessa natureza possam também ser programadas e colocadas em prática.


Tive a oportunidade e orgulho de ter participado da comissão organizadora. Digo orgulho porque não me limitei a simplesmente ir à escola da minha filha e apontar falhas, reclamar sem parar e dizer que as coisas não estão como eu quero. Mesmo porque essa não seria a verdade absoluta. Mas eu participei de um encontro de pessoas realmente interessadas em fazer a diferença e preparar as futuras gerações para uma atitude mais consciente com o planeta e com o outro. Nenhum mágico presente para mudar a realidade com apenas um toque ou ilusão de ótica. Pessoas simples. Pais, mães, professores, estudantes, todos com apenas um objetivo: adequar a educação à complexidade da vida moderna e para a construção de indivíduos participativos, desde a primeira instituição que é a família até a vida em grupo em diversos ambientes, integrando os valores passados em casa e na escola às atitudes. Cidadãos mais educados, participativos, coerentes, éticos, íntegros e com espírito empreendedor, podem mudar uma comunidade, uma região, uma cidade, estado, país, o mundo. É um trabalho de formiguinha, mas que, unindo forças, transforma-se numa corrente forte e difícil de partir.


Como diz uma música do Raul Seixas: “Sonho que se sonha só é só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
Como sabem, escrevo para o Desabafo de Mãe, o qual está temporariamente fora do ar, mas volta no começo de novembro, muito mais funcional e com mais coisas relevantes para a educação dos filhos. Mas enquanto isso você pode acessar o Blog do Desabafo de Mãe (onde escrevo também toda quarta), que traz assuntos dos bastidores do site e da blogosfera, além de dicas culturais também e eventos para os pais.


Abraços.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A multiplicação do lixo

Hoje, ouvindo o noticiário pelo rádio, o jornalista fez uma entrevista para elucidar uns dos inúmeros boatos que surgem via web e que se espalham rapidamente pela rede de contatos, superlotando as caixas de e-mails de todas as pessoas. Os famosos spams e correntes, assim como as mensagens polêmicas e tantas outras que são atribuídas a pessoas famosas (e que são rechaçadas depois pelos supostos autores, isentando-os de qualquer participação na elaboração de tais franksteins) já são conhecidos por todos, infelizmente. Há quem goste, mas não há nada mais chato que abrir a conta de e-mail e ver que de 20 mensagens (para ser modesto) recebidas mais da metade é lixo eletrônico.

Álbum de fotos picantes, fotos novas, celulares de graça, sorteio de prêmios, leis para extinção do 13º salário, remédios que prejudicam mais do que ajudam, correntes e mais correntes (do bem, do mal, santas, enriquecedoras etc.), pessoas que precisam de dinheiro para diversas finalidades, entre outras coisas. Meu, haja espaço na caixa de correio. 2 gigas é pouco. E haja tempo para ficar excluindo todo esse lixo eletrônico.

Com tanto entulho circulando pela rede, algumas reflexões ficam na mente: o que faz uma pessoa gastar tempo e neurônios para criar uma avalanche de baboseiras como essas? Por que não usar essa inteligência para algo mais produtivo, menos fútil, mais enriquecedor (e não digo aqui da parte financeira)? Caramba, se não há o que fazer, vai ler um livro, fazer uma pesquisa, conversar com pessoas, partilhar um pouco do conhecimento, fazer um curso (sei lá do quê), mas faça alguma coisa que não atrapalhe a vida alheia ou iluda a quem está muito mais perdido.

A minha crítica aqui não é à funcionalidade das ferramentas tecnológicas. Claro que não. Quando usada de forma adequada, pode unir pessoas que há muito não se falam, pode servir como captação de informação e pode realmente ajudar em diversos casos. E é claro, otimizar processos e aumentar o faturamento. Esse fator agilizou muitas negociações e contatos, mas também criou um distanciamento nas relações humanas e parece ter gerado uma carência muito grande, onde qualquer e-mail musical, os “benditos” PPS da vida, e com frases nem sempre significativas tornam-se verdades incontestáveis. O que eu não consigo assimilar é a total falta de sociabilização de quem cria uma mensagem dessa e a ingenuidade de quem passa. Claro que a intenção pode ser a melhor, de ajudar a quem precisa ou prestar um serviço (sentimento peculiar do nosso povo), mas a desinformação ou devida averiguação dos fatos só distorce as coisas, desajusta o foco e cria esse engarrafamento virtual.

Então, faço um apelo: mensagens indicando para encaminhar a 50 amigos, listas e demais esquisitices do gênero, não passe. Apesar da amizade, tenham certeza, eu deleto e-mails assim. Ou então faça como comentou o jornalista, faça um filtro, confirme a veracidade dos dados e, se for o caso, responda a mensagem dizendo que aquilo é mentira (como o fato citado do fim do 13º) ou para não mandar mais nada desse tipo.

Abraços.