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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Espetáculo Vinícius de Moraes – Soneto de uma Paixão

Oi, pessoal. Para os que ainda não sabem (e também para os que sabem, é claro), estou no elenco da peça Vinícius de Moraes – Soneto de uma paixão, a qual estreia dia 22 de setembro às 20h. Essa apresentação é fechada para convidados, mas faremos outras e conto com a presença de todos para prestigiar o trabalho desse grupo de jovens atores competentes (e alguns "velhacos" como eu, rsrsrs), mas acima de tudo para participar dessa “festa” em homenagem ao Poetinha e sua obra. Escolham o dia para ir e chamem os amigos. Bora lá se encantar com o teatro?


Vinícius de Moraes – Soneto de uma Paixão
Livre inspiração do livro Antologia Poética de Vinícius de Moraes com sua vida e obra. Direção e adaptação: Níveo Diegues
Grupo Drummond de Teatro


Release “Vinícius de Moraes- Soneto de uma Paixão”
Com a proposta de falarmos sobre a obra Antologia Poética de Vinicius Moraes, que este ano é leitura obrigatória nos principais vestibulares como UNESP, FUVEST, UNICAMP, decidimos  não só mostrar as poesias, como também contar a vida de Vinícius, desde os tempos de infância, seus amigos, amores, família.
O espetáculo conta a história de Vinicius de Moraes, desde a infância e toda sua trajetória, até sua partida. Mostra sua relação com a família, com as mulheres que tanto amou (afinal foram nove casamentos), com os amigos boêmios e grandes parceiros musicais. Sua relação com a poesia, que foi seu maior amor. Com cenas musicadas a peça mostra como foram compostas algumas das mais conhecidas músicas de Vinícius, como Garota de Ipanema, Aquarela, entre outras. Sempre abordando a vivacidade da obra do nosso Poetinha, o amor pelas coisas que fazia, tudo com muita música e poesia.
Para podermos contar melhor este historia para um público jovem, criamos um espetáculo que mescla fatos da vida, curiosidades, suas composições musicais, seus parceiros Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, Chico Buarque, Francis Hime e Carlos Lyra, entre outros e suas principais poesias.
Apresentações:
22/09 – quarta às 20h – estreia, para convidados - VIP
23/09 – quinta às 9h
24/09 – sexta às 9h
24/09 – sexta às 20h
25/09 – sábado às 20h
26/09 – domingo às 18h
27/09 – segunda às 15h
28/09 – terça às 9h (lotado)
29/09 – quarta às 20h
30/09 – quinta às 9h
01/10 – sexta às 9h

01/10 – sexta às 20h
02/10 – sábado às 20h
04/10 – segunda às 9h
04/10 – segunda às 20h – encerramento das apresentações para convidados – VIP


 






Obrigado.

Abraços.
Manogon


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Passarinhos

Hoje vi um pássaro fazendo acrobacias
Passaram voando perto das nuvens
O amigo pássaro e sua passarinha
Um acrobata passarinho
E sua mocinha andorinha
Flutuavam sobre nossas cabeças
E levavam consigo nossas mentes
O voo da nossa imaginação
Leve e sublime inspiração.
Passarinhos
Passaram
Passarão
Passam rios
Passam montanhas
Passam nuvens
Passam culturas
Passam povos
Só não passa nunca
A nossa emoção

Manoel Gonçalves

(este poema foi feito em homenagem ao amigo Ricardo Rodrigues (http://solasdevento.blogspot.com/ ou http://www.circominimo.com.br/), pela beleza de sua obra cênica no teatro circense - ou teatro físico -, após ver uma foto de um dos espetáculos que apresentou, ao lado de outra atriz do gênero. Tudo isso a uns bons metros do chão).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Lançamento do livro Cira e o Velho, de Walter Tierno


Amanhã, na Livraria Martins Fontes Paulista (Av. Paulista, 509 - em frente a estação Brigadeiro do metrô, linha verde), das 18h30 às 21h30, haverá o lançamento e noite de autógrafos do livro "Cira e o Velho", do meu amigo Walter Tierno. A entrada é franca e há convênio com estacionamento na Rua Manoel de Nóbrega, 88 ou 95.
Mais informações sobre livro e autor, acesse: www.ciraeovelho.com.br ou o site da editora www.gizeditorial.com.br
Abraços.
Manoel

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Outono Particular

Vento do passado
Morno e úmido ou gelado
Mexe a frondosa copa em mim
Conturba a paz dos galhos
Bagunça todo o gramado
Do meu confortável jardim
Folhas soltas, rotas
Bailando, flutuam marotas
Retorcidas e livres no ar
Por mais que sejam sopradas
Rodopiam, param, mergulham
E voltam como que programadas,
Aos meus pés, pra descansar
Folhas passadas, vividas
Folhas caídas, excluídas
Algumas arrancadas, velhas, ressequidas
Outras acidentadas e sem querer, perdidas
São fatos, são momentos
Palavras ditas e ouvidas
Instantes perdidos no tempo
Fases bem ou mal vividas
E que juntas ali no chão
Não expressam tudo de mim
Nem dizem que chegou o fim
Mas servem para entender
Que as folhas velhas que caem
São vivas e nunca morrem
São fontes ricas de saber
As folhas que ali vão sucumbir
Adubarão a terra e vão nutrir
Folhas novas que vão nascer

Manoel Gonçalves

Camisetas by Manogon

Customização (pintados à mão)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Morro abaixo

A terra desliza
A dor transborda
Comoção jorra
Prantos
Lá e cá
Lágrimas rolam
Tudo é marrom
Tudo é cinzento
E no fim a escuridão
Para alguns ainda há luz
Talvez no fim do túnel
Talvez a que procura os entes
Que imagem sem graça
Mais uma terrível desgraça
Que foto sem cor...
Que texto sem sentido...
Chocante instantâneo da dor
Olhos sem fundo, caídos
A cabeça aturdida
A alma doída
A alegria ferida
A vida sofrida
A esperança... perdida
Até quando esse quadro desumano?
Ninguém cansa de apertar review e play?
Queria saber a saída, mas não sei.
Queria que não fosse assim
Queria que houvesse resposta
E que vidas não fossem descartadas
Junto com casas desabadas
Soterradas pelas encostas
Queria um pó de pirlim pim pim
Pra ver se haveria outro fim
Se as pessoas ficariam vivas
Com suas famílias, festivas
E com esse incrível pó mágico
Pediria um futuro menos trágico
Que todo esse caos fosse o sonho
E não as coisas que aqui contraponho

Manoel Gonçalves

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Calar

Calar
Manoel Gonçalves

Cala-me a violência
A falta de respeito
O não se importar com o outro
O descaso e a indiferença
Valorização dos defeitos
Sem prazer e brilho no olhar
A ausência
Calam-me!

Cala-me a vergonha
Da roubalheira descabida
Da cara de pau medonha
A vida do pobre vivida
A população enganada e risonha
Risada nervosa, contida
Na lida diária tristonha
Calam-me!

Cala-me a ignorância
A criança que não aprendeu
O fim da tenra infância
O riso que entristeceu
O idoso que não descansa
A experiência que se perdeu
Calam-me!

Cala-me o sem escrúpulos
O ataque à liberdade
A prisão do indivíduo
O caos da grande cidade
A violação do ser humano
O medo sem ter idade
Calam-me!

Cala-me o noticiário
Caminhos na escuridão
Banalidade do calvário
Labirintos da religião
Fiéis e operários
Prostitutas e mercenários
Disputam migalhas no chão
Alvos de constante escárnio
De corrupto e ladrão
Calam-me!

Calam-me tantas situações
Que se eu fosse mesmo analisar
Não faltariam razões
Para de fato me calar
Mas me restam as emoções
Que me fazem pensar
Rompem mordaças e grilhões
E continuo a protestar

Não, já não me calo mais
Impossível amordaçar
A língua não quer sossego
Coração não sente medo
Sangue quente a circular
Oxigênio puro na mente
Eu continuo a pensar
De fato não mais me calam
Não quero a voz abafar

Poema feito sobre post no Cooperifa

Durante o carnaval assisti a uma pequena entrevista, enquanto se desenrolava um dos desfiles, com o poeta do Cooperifa (se eu não me engano era o idealizador, Sérgio Vaz). Fiquei curioso e visitei o blog. Gostei da iniciativa e da proposta dos saraus. Lendo um dos seus posts recentes, Alunos do Capão Redondo assistem à aula sentados no chão, mandei um comentário, um poema que reproduzo aqui. Abraços.


Sala vazia, cabeça cheia

Em casa a mesa vazia
A cadeira se equilibra
Por vezes improvisada
Em pés retorcidos

Nas ruas a triste desolação
Violência, porrada, podridão
Lixo espalhado, água nas canelas
Pessoas sem rosto, quase sem gosto

O que fazer então?
Buscar alento na Educação
Esperar que a linhas traçadas
Tornem-se estradas a uma vida melhor

E se falta educar a quem promete?
E se a bela propaganda é tudo que se vê?
E as boas condições a que nos remetem?
Por onde andam os belos prédios da TV?

Como mentem! Como usam mal suas mentes!
Pensamentos desprovidos de imaginação
Como podem fazer brotar frutos e sonhos
No frio do piso, na folha pisada no chão?

A sala sem mesa, a mesa sem cadeira
A cadeira sem a pessoa, a pessoa sem dignidade
A escola desprovida de chamativos ao público
A política pública desprovida de vontade

Mas ainda há esperança
A porta não se fechou
A vergonha não impediu o orgulho
A chama não se apagou no piso frio
Há brilho nos olhares infantis
Há vontade de ensinar
De fomentar os sonhos
Alimentar as mentes
Fazer brotar a cultura
Transformar crianças sentadas no chão
Em adultos conscientes e realizados
Com desejos, sim, mas firmes na decisão
E aí sim, olhar o passado, saber que não foram em vão
Os anos dedicados à Educação.

Manoel Gonçalves