O céu chora
Irritado pela poluição
Pela fuligem que subiu das queimadas
Pelo toque pontiagudo dos arranha-céus
Pelos helicópteros que mosqueiam em seu espaço
Ou simplesmente porque chorar ajuda a se limpar
Será saudade do tempo que eu era criança,
Deitava na grama a contemplá-lo admirado,
E achava mágico o cheiro de suas gotas ao tocar na terra seca?
Será resultado da ausência do menino que corria
Ao raiar de seu sol e ao cair de suas lágrimas?
Manoel Gonçalves
Constantemente recebemos inúmeras informações. Todas interferem em nossa maneira de ver o mundo. E quando a janela abre uma fresta, a luz irradia, transborda e com ela, vão as palavras, os sentimentos, a visão do mundo, emoções, alegrias, tristezas, os risos e os bichos que estão presentes em cada um.
segunda-feira, 18 de março de 2013
Guerra e Paz
Guerra e Paz
Foi
por pura opção
Não
pela falta ou omissão
Nem
imposto pela sociedade
Ou
por sua condição
Deixou
a bala de lado
A
erva, o pó, a escravidão
Mas
se armou de forma pesada
De
caneta, papel e palavra
Saía
só chumbo grosso
Às
torrentes, às rajadas
Das
linhas, trincheiras e fossos
Marcando
na marra suas passadas
Da
guerra entre alma e razão
Nuclear
era sua convicção
Não
quis ser guerrilheiro
Tão
pouco era justiceiro
Mas
fez da arte sua expressão
Em
spray, tinta e pincel
Selou-se
enfim o armistício
Hasteou
sua branca bandeira
Nos
muros da cidade inteira
Achou
seu caminho de paz
Manoel Gonçalves
(foto: Borivoj Kuhar Cop)
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