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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Morro abaixo

A terra desliza
A dor transborda
Comoção jorra
Prantos
Lá e cá
Lágrimas rolam
Tudo é marrom
Tudo é cinzento
E no fim a escuridão
Para alguns ainda há luz
Talvez no fim do túnel
Talvez a que procura os entes
Que imagem sem graça
Mais uma terrível desgraça
Que foto sem cor...
Que texto sem sentido...
Chocante instantâneo da dor
Olhos sem fundo, caídos
A cabeça aturdida
A alma doída
A alegria ferida
A vida sofrida
A esperança... perdida
Até quando esse quadro desumano?
Ninguém cansa de apertar review e play?
Queria saber a saída, mas não sei.
Queria que não fosse assim
Queria que houvesse resposta
E que vidas não fossem descartadas
Junto com casas desabadas
Soterradas pelas encostas
Queria um pó de pirlim pim pim
Pra ver se haveria outro fim
Se as pessoas ficariam vivas
Com suas famílias, festivas
E com esse incrível pó mágico
Pediria um futuro menos trágico
Que todo esse caos fosse o sonho
E não as coisas que aqui contraponho

Manoel Gonçalves