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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Pétalas e espinhos

Uma rosa
Em sua existência
Tem a feliz incumbência
De irradiar suas cores
Exalar seu perfume
Brindar amores

Ser comparada à mulher
Não por sua aparência
Nem por sua fragrância
Mas pelo que representa
Fragilidade, beleza
Introspecção, defesa

Graça nas pétalas
E ao mesmo tempo
Dificultando o caminho
Impedindo o contato
Com a ponta dos espinhos
Afasta o calor do tato
Hipnotiza e disfarça
Maltrata fazendo graça

Espinhos
Pontas agudas de dias escuros
Cortantes, frios, solitários
Apesar de tudo, protetores
Momento ímpar de reflexão
Seio que encerra o sentir
Guarda, germina
Esconde o belo para florir

Pétalas
Maciez na voz, na pele, no trato
Fragilidade a todo instante
Flor cheirosa, bela e cativante
Que aprisiona seus admiradores
Com seu jeito simples
Enigmático e sedutor
Misteriosa donzela
Inspiradora flor


Manoel Gonçalves

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