Páginas

sábado, 18 de janeiro de 2014

Lamúrias do tempo

É preciso escrever para dar vazão ao sentimento e às ideias represados, sob risco de um transbordo desenfreado e alucinante.


Lamúrias do tempo

Sigo o
Som
       Que soa
           Pela fresta
                      Escoa
         Siiiiilvos de alumínio
     Ecoooooaaa
Cego som
    Que passa
        Sem passo
        Sem posse
   Só sopra
Soçobra
     Sussurra
        Só
       Surra
O vidro
Os furos
A porta, aperta, apoia
Aporta
      Uuuuuivo de lobo
     Soprando e soprando
        Empurra
          Agoniza, aterroriza
Grito agudo
    Zurra!
Fiuuuuuuuu!
      Que zorra!
- Viu?
- Não!
- Sentiu?
O frio, o arrepio, o sombrio, o vazio

Vento na janela
     Passa, passa
     Pulsa, pulsa
Engole a chama, apaga a vela
Segue o som pelo apartamento
           Calmaria...
Sumiu o vento.
Ventou com ele
O pensamento
Deixou na fresta
Lamúrias do tempo.

Manogon


Nenhum comentário: