Páginas

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sofá Vazio


Ausência
Não é a falta
Não é o não ter
Não é o não ver
É saber o que fazer
Com o que sinto por você
Ausência
É ver que o sofá
Não tem mais sua marca
Que a TV não reverbera
Seu sorriso
Que a louça não sorri
Ao seu toque
Que a planta não se pinta
Mais com suas carícias
Ausência
É o quanto estou
Repleto de você
O quanto de você
Carrego em mim
E acabo sendo egoísta
Com esse sentimento
Pois não posso mais
Partilhá-lo consigo
Tento ausentar-me
Mas o vento que ecoa
Nas montanhas do passado
Uiva suave em meu ouvido
E nele só escuto sua cantiga
Só vejo a fumaça do café
E vejo sua mão enrugada
De pele fina e calo grosso
Acariciar o sofá
E me chamar pra sentar

Manogon

Nenhum comentário: