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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Olha o menino aí!

Sexta-feira, dia de expectativas para o fim semana, de alívio por um momento de descanso, momento de se preparar para repor as energias e começar outra semana. Mas sexta, aqui no blog, também será dia de contar as peripécias de um garoto. Nada especial, apenas alguns “causos” (como diz o matuto) sobre esse moleque arteiro e curioso. Mas, em primeiro lugar, deixem-me apresentá-lo.

Garoto comum, até meio franzino, pernas finas, porém velozes, cabelo espetado, rosto levemente sardento, sorridente e com um brilho no olhar. Como eu já disse, totalmente normal. Não é gênio nem tem superpoderes, a não ser, é claro, a sua imaginação.

Seu nome verdadeiro é Josué, mas poucos o chamam assim. Ele é mais conhecido como Peteleco. Por quê? Vou contar. Acontece que Peteleco sempre foi muito espontâneo e fazer amizades é com ele mesmo. Filho de pais que cultivam o bom humor em casa e partilham os momentos vividos (mesmo que seja só na hora do jantar), para ele, embora um pouco tímido com a situação, era natural o que estava fazendo. Mas não foi entendido dessa forma. Aliás, não era o local adequado.

Josué, quer dizer, Peteleco, estava em seus primeiros dias de aula do ano, primeira ou segunda série do Ensino Fundamental (hoje chamado 2º ou 3º ano pela nova nomenclatura). Tudo era novidade. Desde os professores à sala de aula.

A turma entrou e, enquanto o professor arrumava as coisas para dar início à aula, iniciou-se o “zum-zum-zum”. Jousé não fez diferente. Virou e começou a conversar com o amiguinho de trás. Porém, o professor se levantou e pacientemente esperou a sala fazer silêncio. Aos poucos o barulho foi cessando, mas Josué não percebeu a presença do sr. Alceu logo atrás dele e continuou o papo. O sr. Alceu, que era muito espirituoso, chegou bem perto e deu-lhe um suave toque na orelha com a ponta dos dedos. Josué foi pego tão de surpresa que tomou um susto. Sua primeira reação foi ficar vermelho de vergonha, e depois, de raiva, querendo chorar.

- O senhor me bateu! Vou falar para a minha mãe. – disse o pobre menino.

Sr. Alceu se defendeu e o acalmou:

- Não, Josué, eu apenas quis chamar sua atenção e dei-lhe um peteleco de leve na orelha.

A classe não agüentou e caiu na gargalhada, mais pelo nome esquisito que pela cena. Quando o professor explicou o que era isso, tudo se resolveu. Mas o apelido ficou. E Josué passou a ser Peteleco. Tanto que quando o chamam pelo nome, às vezes, ele demora a responder, até se tocar que é com ele.

Bom, todas as sextas – ou quase todas – ele estará por aqui com situações diversas. Espero que gostem.

Abraços.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Pai gestante

Hoje começo a formatar melhor o meu blog, seguindo o que me propus a fazer (veja post anterior).

Ontem, a pedido de uma amiga terapeuta, compareci ao curso de gestantes que ela organiza e ministra numa creche na Zona Norte. Eu fui na condição de palestrante convidado, não por ser especialista em algum assunto, mas por ser pai e. em conseqüência disso, ter algo a comentar a respeito da paternidade, maternidade, sentimentos e expectativas dessa fase.

O encontro foi muito bom, acima de qualquer coisa que eu poderia imaginar. Um bate-papo muito gostoso que durou cerca de duas horas, mas que nem pareceu tudo isso.

Um fato curioso é que não havia nenhum marido acompanhando as gestantes. Sei que não é tão fácil estar presente o tempo todo, mas acho primordial o acompanhamento dos pais em todas as fases da gestação. O sentimento da paternidade surge antes mesmo do nenê ser gerado. A partir do momento que se pensa em ter um filho, a postura deve ser outra. E durante a gravidez, tanto a mãe como a criança sentem necessidade da presença do pai. A mãe fica mais frágil, sensível a qualquer mudança. A criança, em contato com o pai, costuma ficar mais calma. Pelo menos foi assim que as minhas filhas reagiram. Elas ficavam agitadas, mas era colocar a mão na barriga da minha esposa e elas ficavam mais tranqüilas.

Outra coisa que acho que faz toda a diferença é conversar com o nenê (isso mesmo, antes dele nascer), cantar, colocar música para que ele ouça, contar história, fazer muito carinho. Mesmo que a mãe esteja dormindo. Quantas noites eu fazia isso: minha mulher cansava, ia dormir e eu ficava ao lado, batendo longos papos com as minhas filhas. No meu caso, aumentou o apego que tinha por elas e senti que elas reconheceram a minha presença quando pequeninas. Até hoje são o maior grude comigo.

Para finalizar, sugiro a todos os pais que quiserem e puderem (depende de autorização médica) que assistam ao parto. A sensação e a emoção que a gente sente são inenarráveis. Nada substitui ou chega perto do que se sente lá, principalmente quando o médico chama para ver puxar o bebê.

Abraços.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Estilos no Blog

Olá.
Aos que estão lendo, para uma atualização mais constante e para incrementar o conteúdo deste blog farei uma programação semanal, à qual não quero deixar como obrigatória para não me tirar o prazer que tenho em criar e escrever, mas farei o possível para seguir.
Segundas vou escrever um pouco sobre as coisas que estão por aí e o que dela posso tirar ou que me influenciam de alguma forma. Quartas falarei como pai, experiências e pensamentos sobre essa fascinante magia. Sextas serão para contar as peripécias de um garoto. E sempre que der, terças e quintas serão para colocar contos, poemas, poesias... Um pouco de cor nessa tela branca.

Abraços. Espero conseguir e espero que gostem.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Coisas boas também acontecem

Para provar a mim mesmo (e a quem tiver a paciência de ler o que escrevo) que as coisas boas existem, indico aqui três blogs e um site que achei interessante.
O blog do estreante (nossa, quem lê pensa que sou veterano nisso, rss) Walter Tierno, um cara muito inteligente, com sacadas instigantes e humoradas. O outro blog é da esposa de outro amigo. No blog da Daniela Toledo, você pode encontrar os artesanatos que ela faz com muito capricho. O outro blog tem um título muito legal Blablá Eletrônica - o blog do papai coruja, o qual descobri nas clicadas por aí, conhecendo blogueiros e suas indicações; um blog dedicado ao seu filho Gui.
O site que indico é em homenagem a todos os artistas "anônimos" que alimentam diariamente a arte e mantêm pulsante a energia e o olhar diferenciado pelas coisas comuns do dia-a-dia. Espero que gostem. Por falar nisso, dia 22-09 haverá uma vernissage no próprio estúdio, Ateliê Nobre Sucata, com exposição das obras dos artistas do Gapis (Grupo dos Artistas Plásticos Independentes), das 15 às 21h - Rua Dr. Freire, 269 - Mooca - SP. Um grupo de jovens artistas, do qual faz parte o meu amigo Márcio Caetano. Vale a pena conferir e prestigiar esses talentos.

Abraços.

Só pra gente não esquecer

Não acabaou não, gente! Ainda tem muita maracutaia por aí. O tapetão tá rolando para aprovar a prorrogação da CPMF. Ainda tem indiciamentos e mais e mais processos para julgar. E o povo só... Ouvindo algumas músicas pela internet, deparei-me com uma que pode representar um pouco da situação, ou melhor, é um pouco do que a população gostaria de dizer aos que sempre usurpam o tesouro nacional e se dão bem. Não me refiro exclusivamente ao governo atual, a um único partido, pois a bandalheira existe não é de hoje e a impunidade não é nenhum neologismo. A música é Vossa Excelência, do Titãs, do CD Titãs MTV ao Vivo. Fica aí a dica, só para desestressar.
Abraços.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O que resta ao povo?

Olá a quem me lê. Desculpem-me pela demora em postar aqui, mas anda meio corrido e o tempo um tanto escasso.

Esse blog tem a intenção de ser um espaço literário e também voltado à magia da paternidade e outras coisas que gosto. Mas, infelizmente, desde que eu o criei, só uma vez escrevi sem nada amargurante na cabeça.

Hoje não é diferente.

Ler a manchete de que o Renan foi absolvido e continua com o mandato foi um balde de gelo (com a brra inteira, sem derreter mesmo) na cabeça de quem acreditava na justiça.

Notem uma coisa: não sou eu quem diz que o que ele fez tinha irregularidades (então não digam que isso é perseguição política ou blá-blá-blá panfletário). A Polícia Federal, o Ministério Público, o Conselho de Ética do Senado, a cobertura jornalística que apura os fatos, todas as evidências apontavam para sua culpa e a atitude mais sensata, mais certa e mais moralizante era a sua renúncia ou a cassação.

Num ato digno de filme do Poderoso Chefão, onde a família protegia qualquer membro em perigo, o Senado saiu com uma votação "ultra secreta", totalmente na surdina. 40 a 35. 40 senadores que não escutaram aos anseios da população, 80 ouvidos que precisam urgentemente de uma manutenção (cotonete mesmo ou aquele jato de água morna para tirar o excesso de cera que obstrui a audição). Isso, sem falar nos outros 6 que ficaram vendo a banda passar, fingindo que não era com eles.

Bom, a nós, pobres votantes, eleitores que têm o livre arbítrio para escolher seus "representantes", órfãos de membros que sequer sabem que um dia fizeram parte da família do povo, que apenas se lembram da família corporativista e que encobrem as falhas dos amigos para que as suas não sejam apontadas; a nós, assalariados, pedrinhas saltitantes no chocalho da condução, amantes das filas e do descaso dos serviços públicos, pagadores compulsivos de impostos e brasileiros desatentos às mudanças na economia mundial; a nós, meus caros amigos, restam apenas uma lona, os pratos para equilibrar, a torta na cara e o grito do administrador do circo, pois o resto já temos.

Equilibramos nossos esqueletos na corda bamba da vida, no dia-a-dia em que temos de trabalhar, lutar pelo nome limpo e a comida na mesa, pela educação a pulso firme das crianças (porque não é fácil explicar essas coisas a elas quando somos questionados sobre a justiça), sambamos num picadeiro e temos a cara pintada, não a dos iludidos que acham que fizeram o impeachment do Collor, mas a do palhaço que faz os outros rir sem sequer notar sua cara engraçada e empastelada de tinta.

E olha que gente rindo da nossa cara tem aos montes.