Para a "felicidade" e "evolução" da espécie, o ser humano ampliou seus horizontes, saiu de sua “casca” e conquistou o mundo; aprendeu a caçar, plantar e comer coisas diferentes; impôs sua supremacia intelectual aos animais e os dominou, fazendo deles mais que animais comuns, objetos casuais, serventes de bons e maus propósitos, para matar a fome vociferante e primata de seu físico e a fome ainda mais irracional de poder; também aprendeu a fazer construções e buscar conforto, mas sem respeitar a natureza e tudo que o cercava. Assim, ele se espalhou pela terra e pela água, mas sem lembrar que fazia parte delas, sem viver em harmonia com o que o Criador lhe apresentou; ah, e ele não esqueceu daquilo que poderia lhe ser útil, como máquinas de todos os tipos, desde as pequenas, que o ajudaram na lida diária, até as gigantescas, que lhe permitiram a locomoção e o conhecimento de outras terras e até do espaço. Enfim, o ser humano conquistou tudo ao seu redor: terra, água, fogo, ar, fauna, flora, os seres. Buscando uma resposta para sua própria existência, ele não poupou esforços e se tornou mais sábio. Aprendeu vários idiomas, inúmeros costumes, etiquetas mil; fez cálculos que não inimagináveis e inventou coisas que "até Deus dúvida". Ele saiu de si e conquistou a casa, a cidade, o país, o mundo. Sem ter mais para onde ir, saiu do planeta e conquistou o espaço, pisou na Lua, colocou satélites e naves espaciais pela imensidão negra. E, com medo dos outros, ou melhor, dele mesmo, inventou armas e jogos de guerra para se defender (talvez do monstro que urrava dentro de si). Ele conquistou tudo. Tão opressor quanto este bloco monolítico de texto, pesado e esmagador ante a leveza e harmonia da página. O ser humano procurou por toda parte o que Deus guardou como presente para a sua espécie, achando se tratar de algum tesouro material. Até inventou uma corrida ao Santo Graal para representar tal busca. Porém, só esqueceu de procurar no lugar mais óbvio e que só um Mestre saberia camuflar com tal maestria. O ser humano só não conquistou a si mesmo e não olhou para dentro de si para achar a felicidade. O tesouro maior e que não se conquista à força e nem se toma é o amor que cada um traz em seu eu e que pode compartilhar com os outros. Esse é o verdadeiro poder, mas não de um ser só. Ele só funciona quando em contato com outros. Sua química extrapola o seu recipiente e transborda para toda a humanidade, para toda a galáxia. Mas isso ainda é uma descoberta que pode demorar anos, séculos, talvez milênios, até que o ser humano possa ter conhecimento dela. Isso se ele durar tanto assim. Se a natureza, o mundo, o universo e tudo o mais não se voltarem contra ele. Se ele não receber o revés de tudo que causou e que transformou, como zumbis, misto de Frankstein e a Volta dos Mortos Vivos, ávidos para degustar o que o ser humano mais preza: seu intelecto, seu ego.
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