por Manoel Gonçalves
Água cristalina
Há tempos muito bebida
Matando a sede latente
Da mente, do corpo, de vida
Água cristalina na fronte
Não desce mais as encostas
A pele é seca e suja
Pelas agruras impostas
Água purificada
Sumiu, subiu, evaporou
Viajou para um céu sombrio
De onde não mais voltou
A água regava o jardim
Fazendo brotar a emoção
Sobrou somente seu rastro
Erosão do que havia em mim
Assim sigo, seco, quebradiço
Sem fé, esperança ou viço
Retirante dos meus pensamentos
Ambulante letrado em lamentos
Daquilo que não mais possui
Lembrança do que outrora fui
Nenhum comentário:
Postar um comentário