Varar a noite
Ficar ligado
Não “pescar” nem ser fisgado
Pelo sono ou corpo cansado
Quero apenas ficar calado
Olhando pro céu
Parado
De olho na escuridão
O azul imenso estrelado
E na quietude da rua
Contemplando vislumbrado
Banhado pela musa Lua
Brilhante ou adormecida
Os olhos ela cativa
E mesmo em horas corridas
A alma renova, se aviva
Ali o negro se enternece
Desbota, ganha outras cores
Desaparece
E em seu lugar
Onde brilhava o luar
O astro desponta
Tímido, avermelhando o céu
Depois mais forte, retirando o véu
Descobrindo belezas escondidas
Curando ressacas vividas
Quero ficar acordado
Para nessa hora
Com corpo moído
Na pureza do dia que aflora
Olhar para o horizonte
E completamente renovado
Ver a luz dos olhos de Deus
Lembrar do presente e passado
E dizer meu muito obrigado
Manoel Gonçalves
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