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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sucata brincante

Como escrevi em A Arte faz sorrisos no Blog do Desabafo de Mãe, na semana passada eu tive o prazer de desenvolver algumas atividades artísticas com minhas filhas e meu afilhado. Com elas, pintei quadros, sem pré-concepções, sem determinar nada, deixando que elas fizessem o que e como quisessem, incluindo pintura a dedo (quer dizer, para a nenê, quase a mão inteira).

Essa é uma coisa que vez ou outra faço com elas. A Bia já está costumada, mas para a Sofia foi a primeira vez. Adorou! Sinto que pedirá para repetir a façanha inúmeras vezes. Particularmente, não vou detestar, pois, apesar da correria cotidiana, é bom parar de vez em quando e mergulhar no universo das crianças (e dos artistas). Ah, aqui vale um parênteses: quando seus filhos estiverem pintando ou desenhando, por favor, não espere que eles façam a árvore perfeita, a pessoa perfeita, ou seja, se a pessoa é verde, a nuvem azul, a árvore tem uma aparência estranha, não se preocupe em corrigi-los. É uma forma deles se expressarem, o jeito deles, uma percepção que eles têm e, em alguns casos, se você toda hora interferir, pode inibi-los e começar a criar uma barreira para que eles soltem a imaginação e descubram sozinhos as coisas ao redor. A evolução acontece naturalmente nesse caso. E a nós, como pais, cabe o incentivo, a ajuda quando solicitada, as explicações e a pesquisa de como fazer. E aí, se com o passar do tempo, percebermos que têm aptidões para a coisa e quisermos que aprendam mais, vale a busca do aprimoramento da técnica.

Voltando às atividades, com o meu afilhado fiz um robô usando sucatas. Só a idéia de fazer o seu próprio robô o deixou radiante. Queria fazer logo, torcendo para chegar logo o feriado. Na sexta do feriado ele chegou cedo em casa e, a cada peça colocada, vibrava e fazia cara de satisfeito. A grosso modo, não é um robô sofisticado, mas atribuo a satisfação mais à ação em si, a fabricação do próprio brinquedo (como fazíamos quando eu era moleque, pois juntávamos pedaços de brinquedos velhos ou restos de madeiras para montar coisas “novas”). O robô pode durar alguns minutos ou ficar guardado um bom tempo, mas os momentos que a gente partilhou ficarão por um longo tempo e a imagem do sorriso aberto quando ele viu o robô pronto, não esquecerei.

Nem todos curtem fazer isso, mas para quem quiser, segue a relação do material que usei (o qual pode ser substituído por qualquer outra coisa que você achar que dá certo).

Material:
• 2 cones pequenos de linha de costura (pode ser o cilindro de papelão do papel alumínio, pedaço de cano ou conduíte) para os braços;
• 2 cones médios de linha de costura (idem) para as pernas;
• 1 banda de bola de isopor (encontrada nas papelarias);
• 1 barra cilíndrica de isopor (ou mangueira velha, conduíte, ou qualquer outra coisa que sirva para fazer as juntas);
• 2 fundos de garrafa de refrigerantes (caçulinha);
• 2 botões grandes para os olhos;
• 1 botão médio para o nariz;
• 1 caixa pequena de sapato ou papelão ondulado para fazer uma caixa pequena para o corpo;

• 1 hélice (daquelas de brinquedinho de sacola de aniversário);
• Elástico grosso (daqueles de roupa);
• Cola branca ou para isopor ou cola quente
• Tinta (a que preferir: guache, plástica, metálica – se for usar isopor, só não serve de spray, pois além de ter um cheiro forte para as crianças, corrói o isopor);
• E os apetrechos que quiser (eu usei uns parafusos com pequenas carretilhas, daqueles que se pendura varal de teto, e outras coisas que grudei no robô).

Não descobri a solução dos problemas do mundo, não fiz nada inovador, também não quero dizer que fiz o super robô (nem era essa a intenção). É apenas uma sugestão. Quem se sentir com vontade de fazê-la, boa sorte e divirta-se muito com as crianças. É o que vai valer a pena.

Abraços.

2 comentários:

Simone disse...

olá meu amigo escritor, poeta, blogueiro e agora se mostrando um mestre na confecção de brinquedos de sucata!!!
adorei a idéia, até vou passar a receita do robô para a escola...vou procurar, mas tenho o modelo de um elefante, feito de caixas, com as orelhas de caixa de pizza cortada que fica lindo...duas crianças podem vestir juntas a "fantasia" e trabalhar em equipe para fazer o elefante andar! muito bom!
abraços e bom fim de semana

Anônimo disse...

Manuel, particularmente fiquei encantada com essa história toda e sua sensibilidade em relação às crianças.
O resultado, nestes dois casos, da pintura e da confecção do robô é menos importante que a sua disponibilidade e o encantamento delas.
É uma verdadeira lição de amor, o que você ensinou neste post.

Obrigada. É muito bom saber que existem pessoas tão iluminadas assim.

beijos, bom feriado para você e sua família.